Faculdade após os 40 anos torna-se realidade

Programas estimulam ingresso de pessoas mais maduras em cursos universitários

As últimas edições do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) têm trazido ótimas notícias para quem tem mais de 40 anos. Se até há algum tempo o ingresso ao Ensino Superior estava alinhado apenas às ambições e possibilidades de jovens de 18 a 24 anos, agora o levantamento aponta crescimento de outras faixas de idade no ingresso em cursos de Graduação.

Dos 8,2 milhões de estudantes universitários do Brasil, cerca de 732 mil têm 40 anos ou mais. Entre 2013 e 2017, o número de matrículas de pessoas com mais de 65 anos foi o que mais cresceu no país: 46,3% – o número de jovens entre 19 e 24 anos aumentou 15,4% no mesmo período.

Alguns fatores influenciam nessa procura pelo Ensino Superior, o aumento da expectativa de vida geral da população é uma delas. Projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em 2030, a população de pessoas com 60 anos ou mais será maior do que a de crianças com até 14 anos. Hoje, já ultrapassa as 30 milhões de pessoas.

Não é só o envelhecimento em si, mas sobretudo o aumento da expectativa de vida pela melhoria das condições de saúde. A evolução da Medicina, por exemplo, tem contribuído muito, assim como a mudança do estilo de vida desse público: alimentação mais saudável, redução da dependência de tabaco, entre outras medidas.

Outro fator é a necessidade de permanência no mercado de trabalho. Com o aumento da expectativa de vida e as mudanças nas regras da aposentadoria, continuar trabalhando tornou-se essencial para a manutenção do orçamento familiar. Contudo, essa permanência ou a busca por uma nova colocação passa necessariamente pelos bancos escolares. Cada vez mais as empresas têm lançado programas de empregabilidade focados no grupo 40+ (embora ainda esteja longe do cenário ideal), mas o diploma aparece como condição essencial para essas iniciativas.

Avanço no EAD

Dados do Censo mostram que o EAD está crescendo mais rapidamente do que o presencial nessa faixa etária: em um ano (2016 para 2017), houve um aumento de 19% das matrículas a distância ante 3% de crescimento no presencial. Considerando apenas as pessoas com mais de 65 anos, houve aumento de 5% das matrículas no presencial e de 27% a distância.

Na Unisa, o público com mais de 40 anos representa cerca de 20% do total de alunos no EAD, um percentual maior do que o do próprio mercado. Há alguns grandes motivadores para isso. Além da penetração da marca Unisa (a Instituição possuí cerca de 400 polos em todos os Estados do Brasil), a Universidade mantém o Paes – Programa de Apoio ao Estudante, voltado ao acolhimento e acompanhamento pedagógico dos alunos; e a iniciativa Universidade não Tem Idade, que garante amplo desconto nas mensalidades para estudantes com mais de 45 anos.

“Estamos diante de um público bastante aplicado, que resolve retornar aos bancos escolares para a realização de um sonho ou mesmo para galgar mais espaço no mercado. São pessoas que se dedicam e compreendem muito bem as plataformas tecnológicas, por isso a maior adesão ao EAD”, expõe Adriano Magrinelli, responsável pelo Processo Seletivo da Unisa. “Buscamos entender as necessidades desse público, a demanda crescente por estudo nessa faixa etária e as expectativas das empresas em relação a pessoas com mais de 40 anos. Isso nos ajudou a criar iniciativas para estimular o ingresso e a permanência dessas pessoas no Ensino Superior. Mostrar a capacidade deles para a educação é, sem dúvida, a iniciativa que mais contribui”.

Para ingressar em um curso superior da Unisa, presencial ou EAD, o interessado deve acessar a página do processo seletivo, selecionar uma das formas de ingresso e seguir o passo a passo. Se tiver mais de 45 anos, os benefícios financeiros serão automaticamente aplicados.