Em ano de pandemia, médicos relatam suas missões no combate à Covid-19

O ano de 2020 ficará marcado nas páginas da História como um dos mais difíceis da Era Moderna, por conta da pandemia provocada pelo novo coronavírus, algo que não ocorria há mais de cem anos, desde a última doença global, conhecida como Gripe Espanhola que, em dois anos, entre 1918 e 1920, matou 500 milhões de pessoas.

Até o momento, o mundo contabiliza mais de um milhão de mortes provocadas pela Covid-19, sendo 152 mil apenas no Brasil, um dos países mais atingidos pela doença. Na linha de frente no combate ao coronavírus, os médicos e enfermeiros do mundo inteiro se dedicam no tratamento e cura da enfermidade.

Neste domingo, 18, é comemorado o Dia do Médico, uma importante data para celebrar ainda mais a importância destes profissionais, sobretudo neste ano, em que a profissão foi pega de surpresa com a Covid-19. Diante das atuais circunstâncias, não fosse a dedicação e empenho destes profissionais, que tiveram que se desdobrar, a situação poderia ser ainda mais grave.

“Este ano, sem dúvida, tem sido um desafio enorme, pois tivermos que aliar a nossa jornada como professor de Medicina com o nosso trabalho de médico. Tive que aprender a me adaptar a prevenção e ao diagnóstico dessa nova doença”, comenta o professor da Universidade Santo Amaro – Unisa, dr. Elias Jirjoss. “Ainda estamos aprendendo muito sobre o coronavírus, pois se trata de uma doença complexa”.

Na linha de frente

A sociedade de forma geral precisou se adaptar a uma nova realidade. Lavagem de mãos constantes, uso de máscara de proteção e álcool em gel passaram a fazer parte da rotina de praticamente todo mundo. Ainda mais complicada tem sido a situação dos profissionais de Saúde que atuam diretamente no tratamento com infectados, em Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) espalhadas em todos o País.

“Tenho me sentido muito motivado em atuar na linha de frente, pois é onde conseguimos recuperar as pessoas, e trazê-las de volta à vida que tinham antes. Assim como todos os médicos envolvidos neste tratamento, me aprofundei nos conhecimentos do Sistema Respiratório humano para entender com mais precisão como a doença avança no organismo, assim como busquei todos os novos conhecimentos disponíveis sobre ventilação mecânica protetora”, comenta o também professor da Unisa, dr. William Abrao, que atuou na UTI exclusiva para o tratamento da Covid-19 instalada no bairro do Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista.

Modificações

No final de 2019 foi registrado, na cidade Wuhan, na China, o primeiro caso da Covid-19. Não demorou muito, e em fevereiro, houve a primeira infecção no Brasil. Pouco tempo depois, em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia por conta da Covid-19. De lá para cá a doença passou por transformações, e até agora ainda não se sabe ao certo aonde ela poderá chegar, ainda mais agora, que casos de reinfecção começam a ser diagnosticados, algo que não era esperado pelas autoridades de saúde.

“O que temos aprendido com a Covid-19, no meu modo de ver, é que, a qualquer momento, uma nova doença, de dimensões globais pode surgir e se modificar rapidamente, e que teremos que estar preparados para lidar da melhor maneira com essa situação para que o possamos evitar uma catástrofe ainda maior, e salvar vidas”, pontua o professor Elias Jirjoss.

Amor que salva

Diante deste triste cenário de inúmeros óbitos e lares entristecidos, salva o amor dos médicos no tratamento dos pacientes. Ponto este fundamental para que muitas vidas fossem salvas.

“Nós, médicos, somos, de certa forma, pessoas privilegiadas, por conseguirmos caminhar com trabalho, dedicação, esforço e perseverança na nossa carreira. O amor pela medicina nos leva a entender o paciente de forma humanizada, possibilitando a ele o melhor tratamento disponível, cumprindo o juramento e nossa missão perante a Deus, de cuidar do ser humano, aliviar e se possível salvar vidas”, destaca o coordenador do curso de Medicina da Unisa, dr. Júlio Cesar Massonetto.